EUA aprova nova droga para prevenção da enxaqueca

A Food and Drug Administration (FDA) aprovou nesta quinta-feira (17) o primeiro medicamento destinado a prevenir a enxaqueca. O anúncio da nova droga representa, para especialistas em saúde, o início de uma nova era no tratamento de pessoas que são acometidas, com frequência e, às vezes, de forma inesperada, pela forma mais grave da dor de cabeça.

Oficialmente, a droga é chamada de Aimovig. É fabricada pela Amgen e pela Novartis. O procedimento de uso consiste em aplicar o medicamento em uma injeção mensal com um dispositivo semelhante a uma caneta de insulina, usada por pessoas que têm diabetes.

O valor do medicamento aprovado é de US$ 6.900 por ano, o equivalente a cerca de R$ 25,5 mil. A Amgen informou que o medicamento será disponibilizado para os pacientes em até uma semana. No entanto, ainda não há previsão de aprovação no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Como o medicamento age contra a enxaqueca

No organismo, o Aimovig bloqueia um fragmento de proteína, CGRP, responsável por provocar e perpetuar enxaquecas. Outras três empresas norte-americanas (Lilly, Teva e Alder) têm medicamentos semelhantes nos estágios finais de estudo ou que ainda aguardam aprovação da FDA, a agência regulatória norte-americana.

Neurologistas acreditam que a droga terá um impacto enorme no dia a dia das pessoas que sofrem de enxaqueca. Alguns chegam a afirmar que o momento é incrível tanto para pacientes que se tratam da doença quanto para os profissionais da saúde que lida com eles diariamente.

Milhões de pessoas sentem enxaquecas consideradas severas com muita frequência em todo o mundo e algumas delas ficam até incapacitadas ou em desespero. A nova droga, apesar de não impedir todos os ataques de enxaqueca, podem torná-la menos severa e, desse forma, reduzir sua frequência em 50% ou mais, como mostraram os estudos.

Até agora, as drogas usadas para a prevenção de enxaqueca foram haviam sido projetadas com o propósito de tratar pessoas com outras doenças, como a hipertensão arterial. No entanto, elas demonstraram que não são muito eficazes e o seu efeito pode funcionar somente de forma temporária. Além disso, muitas vezes, elas provocam efeito colaterais intensos.

Efeitos colaterais da droga

Durante os testes clínicos, as pessoas que tomaram as novas drogas não relataram mais efeitos colaterais em relação às que tomaram placebo. Os pesquisadores afirmam que os efeitos colaterais no longo prazo e entre pessoas com doenças crônicas ainda seguem indeterminados.

Estimativas mostram que uma em cada sete pessoas no mundo sofre com enxaquecas. Entre esses pacientes, estão 37 milhões de americanos (até 20% das mulheres e 10% dos homens).

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 2% da população de todo o mundo lida com enxaquecas crônicas continuamente. Outras estimativas apontam que a enxaqueca é a terceira doença mais comum no mundo e está entre as dez principais causas de incapacidade.

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a enxaqueca não é uma simples dor de cabeça. Geralmente, ela vem acompanhada de sintomas considerados incapacitantes, como náusea e vômito, assim como dificuldade para falar e aversão à luz e a qualquer tipo de ruído. Em alguns casos, a dor de cabeça chega a latejar e pode durar horas ou até mesmo dias.

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