Carta de preso por crime de Marielle Franco é divulgada

O miliciano da Zona Oeste do Rio, de nome Orlando Oliveira de Araújo, conhecido pela polícia como “Orlando Curicica”, entregou uma carta para as autoridades onde nega a participação no crime de assassinado da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes, nesta última quarta feira, dia 09 de maio.

Curicica também negou na carta que faz parte do poder paralelo do Rio de Janeiro. Orlando está preso justamente por um crime semelhante de 2015, onde da mesma forma houve perseguição a bordo de veículos e a vítima foi executada com tiros na cabeça. A prisão foi decorrente de uma delação proveniente de uma pessoa que já teria trabalhado para a milícia do RJ.

Na ocasião três homens armados iniciaram uma perseguição de carro nas ruas da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ao emparelharem do outro veículo, efetuaram o disparo de dez tiros.

Parte da carta diz o seguinte:

“Eu, Orlando Oliveira de Araújo, venho por meio desta esclarecer sobre os fatos que estão sendo veiculados na imprensa sobre o assassinato da vereadora Marielle e de seu motorista Anderson, que não tenho qualquer envolvimento nesse crime bárbaro…”

A carta ainda cita que Orlando Oliveira está à disposição das autoridades competentes. Curicica relata que o delator, citando inclusive o seu nome, que ele não possui qualquer autoridade para prestar qualquer informação as autoridades.

carta miliciano orlando marielle

Na carta o miliciano cita “Informo também que nunca estive com o vereador Marcello Siciliano em nenhuma oportunidade…” Isso porque na versão do delator, Siciliano foi o mandante da morte de Marielle.

E a carta termina com a seguinte citação:

“Por fim, com todo respeito à vereadora Marielle eu nunca tinha ouvido falar dela”.

O crime semelhante de 2015

O crime de 2015 possui diversas semelhanças com o de 14 de março (2018) contra a vereadora e seu motorista. Na época um segurança de Orlando e dois outros meliantes teriam participado do crime contra Wagner Raphael de Souza, o presidente da escola de samba União do Parque Curicica. Segundo informações parte desta “equipe” também estaria no carro que efetuou a perseguição e o assassinado de Marielle e Anderson.

O inquérito da Justiça cita William da Silva Sant’Anna e Renato Nascimento dos Santos, além de um comparsa ainda não identificado que era o motorista na ocasião, responsáveis pelo crime de assassinato. O inquérito concluiu que os disparos foram feitos a uma curta distância e também contra as cabeças das vítimas.

A diferença entre os crimes está na hora dos disparos. Em 2015 os executores tiveram a oportunidade de desembarcar do carro, visto que era uma região mais afastada e longe de câmeras de segurança. Nesta ocasião 12 tiros acertaram o veículo. Já no caso contra Marielle e seu motorista, os autores não chegaram a desembarcar, apenas colocaram as submetralhadoras para fora da janela e efetuaram os disparos certeiros.

No crime contra a vereadora foram disparados 13 tiros, onde 9 acertaram a lataria do carro e 4 o vidro. Na ocasião a arma utilizada foi uma submetralhadora 9mm de um lote vendido para a Polícia Federal de Brasília em 2006.

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