Dólar cai 1,4%, com maior intervenção do BC; Ibovespa cai 1,52%

Para quem acompanha o mercado financeiro, é sabido que, via de regra, o dólar é inversamente proporcional ao Índice Bovespa, principal índice de ações da Bolsa Brasileira. Pela lógica, isso faz sentido, pois uma economia é medida, grosso modo, pelo desempenho de seu principal índice, bem como sua valorização diante do dólar. Do início de março para cá, o preço do dólar subiu quase o equivalente a R$ 0,50, enquanto que, no mesmo período, o índice Bovespa caiu mais de 5.000 pontos, ou cerca de 5%.

A alta do preço do dólar reflete um movimento do mercado internacional, que observa uma valorização do dólar em relação a outras moedas, com a crescente aposta dos investidores que a taxa de juros terá de subir mais de 3 vezes no ano para fazer frente à inflação. Uma taxa de juros mais alta atrai investimentos para fora do Brasil, alimentando uma tendência de queda do real em relação ao dólar.

Hoje, no dia 21 de maio, em que o dólar fechou em R$ 3,6886 na venda, a situação foi um pouco diferente devido à atuação mais direta do Banco Central, que triplicou a sua oferta de swaps cambiais, que chegou a 15 mil contratos em leilão. Os swaps são contratos com vencimentos futuros usados para aumentar a oferta da moeda americana no mercado.

No vencimento dos contratos, o investidor deve pagar uma taxa de juros sobre os contratos para receber do BC a variação do dólar no período. São uma ferramenta para controle cambial, focados em aumentar a oferta de uma moeda superdemandada (em alta), reduzindo seu preço, ao invés do BC ter que comprar a moeda à vista no mercado para fins de proteção, o que teria o efeito contrário sobre o preço da moeda.

Contudo, o BC ainda afirma que sua atuação no mercado cambial é descolada de sua política monetária, frisando que os impactos de choques externos sobre a política monetária são limitados pelos impactos secundários sobre a inflação. A inflação que cabe ao BC combater com o controle das taxas de juros da economia, determinadas pela política monetária.

O Índice Bovespa cai puxado pela queda das ações da Vale, Petrobras, Ambev e alguns bancos, mesmo com o clima favorável vindo do exterior, devido à suspensão da guerra tarifária entre EUA e China.

Em meio às recentes tensões causadas por declaração do presidente Donald Trump da intenção de elevar as taxas de importação de aço e alumínio, o mercado internacional se instabilizou com a ameaça de guerra tarifária do país com a China, mas agora volta ao normal com a informação de que os dois governos decidiram pôr em stand by o conflito.

Deixe um comentário