Mais 4 presos são soltos por Gilmar Mendes

A Operação Rizoma, que faz a investigação de fraudes referentes a fundos de pensão, teve mais quatro dos seus presos soltos por determinação do juiz do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. O magistrado tinha concedido liberdade no dia 15 de maio a outra pessoa condenada na operação Rizoma: Milton Lyra, que seria o chamado articulador do partido MDB dentre os senadores.

A decisão de Gilmar é apenas provisória, já que é uma liminar, e são consideradas desdobramentos exatamente da libertação de Lyra. As pessoas que foram libertadas são Adeilson Ribeiro Telles, Ricardo Siqueira Rodrigues, Marcelo Borges Sereno (que era assessor de José Dirceu) e Carlos Alberto Valadares Pereira (que era conhecido como Gandola).

O fato de o ministro Gilmar Mendes ter dado a liberdade provisória, porém, não tira desses investigados certas obrigações, sendo elas não sair do Brasil sem que a Justiça os autorize, não se comunicar com as outras pessoas investigadas e apresentar sem passaporte à Justiça em até dois dias.

Esses cinco homens investigados na Operação Rizoma tiveram a sua prisão estabelecida pelo juiz Marcelo Bretas, que trabalha na 7° Vara Criminal do Rio. Por outro lado, Gilmar Mendes considera que não existe razão para que se faça a prisão preventiva, apesar de concordar que os crimes cometidos são de alta gravidade.

A soma de todos os desvios que esses indivíduos realizaram vai a R$ 20.000.000,00 e as fraudes contra os fundos de pensão teriam sido realizadas há 5 ou anos, tratando-se de Sereno. Os outros envolvidos teriam realizado a propina em outros períodos: as fraudes cometidas por Ricardo Siqueira Rodrigues, por exemplo, foram entre os anos de 2014 e 2017 e o órgão fraudado foi o Serpros.

Outra pessoa que teria fraudado o mesmo órgão é Carlos Alberto Valadares Pereira, mas entre 2014 e 2015. Já Adeilson Ribeiro Telles teria articulado as propinas entre 2014 e 2016, mas para o Postalis.

Operação Rizoma

Apesar de muitos brasileiros não estarem tão familiarizados com o nome “Rizoma”, essa é uma operação importante que está tratando de numerosos fundos de pensão que estão sendo fraudados. Como explicado, o que ocorrem são propinas para que alguém específico seja beneficiado com esses fundos.

Quem está articulando essa operação é o Ministério Púbico Federal, juntamente à Polícia Federal, e uma quantidade grande de dinheiro em espécie já foi recuperada durante a execução dos mandados de prisão: R$ 400.000,00. Também se fez a apreensão de variados arquivos de computador e até mesmo de moedas estrangeiras. Dentre as acusações contra as pessoas envolvidas, há evasão de divisas, lavagem de dinheiro e corrupção.

As investigações deixaram claro que o principal nome dessas fraudes nos fundos de pensão era o empresário Arthur Machado: ele criou o American Trading Group (ATG), que seria uma espécie de nova bolsa de valores.

Para que ele conseguisse investidores, ele também desenvolveu um fundo de investimento, que era onde os fundos de pensão Serpros e Postalis colocavam verba. A respeito do Postalis, os depósitos passaram dos R$ 72.000.000,00. A “recompensa” para as pessoas que participavam dessa fraude nos fundos de pensão era bem grande: R$ 20.000.000,00, juntando os pagamentos para todos eles.

A criação da Rizoma, primeiramente, era para saber até onde iam as ações ilegais que Sérgio Cabral havia dirigido. Contudo, o Ministério Público e a Polícia Federal ainda não conseguem declarar com segurança que o ex-governador tem relação com a ocorrência dessas fraudes.

Milton Lyra, que foi o primeiro liberado de Gilmar Mendes nessa investigação, garante que só realiza ações lícitas e que está à disposição para que qualquer esclarecimento seja feito.

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