Muitos prejuízos podem ser mencionados em Campinas por causa da greve dos caminhoneiros que foi iniciada na segunda-feira passada, dia (21). Uma delas é que existem fábricas sendo obrigadas a conceder férias coletivas porque não existe produção a ser feita, além de animais que estão falecendo ou ficando com a sua produção comprometida, já que faltam rações e demais materiais.
A situação para essa importante cidade do interior paulista é bem crítica, inclusive sendo confirmada por uma afiliada da Rede Globo, chamada EPTV. A sua visita foi em uma empresa de entregas, na qual quase 1.000 pedidos tiveram de ser suspensos.
Algumas das suas entregas continuaram, mas de motocicletas. No entanto, elas só eram feitas no caso de estarem a 40 km máximos, com o destaque de uma grande parte dos seus automóveis nem mesmo foi retirada das suas garagens. Mesmo com esse quadro, houve 20% de crescimento na sua demanda, apesar de a companhia não conseguir atender.
Não é apenas o ramo de entregas que teve grande prejuízo em Campinas por causa dessa greve: o de espetinhos também: a cada dia dessa paralisação, 50.000 espetinhos deixaram de ser feitos, o que ocasiona uma perda de ganhos muito elevada. Reforça-se que o Estado de São Paulo, como um todo, fica com prejuízo com essa parada de produção, já que essa fabricante específica é a mais expressiva desse setor.
Também se veem as consequências financeiras dessa paralisação dos caminhoneiros nas empresas de gás de cozinha, pois os botijões não podem ser entregues. Na realidade, há empresas que nem mesmo recebem esses botijões para poderem vende-los.
As companhias que são do setor alimentício mais “trivial”, como as padarias, estão tendo os mesmos problemas: falta matéria prima para que os pães e outros quitutes sejam feitos, além de elas não receberem certos produtos, como as bebidas. Outro problema é que as que fazem entrega não podem mais fazê-lo, considerando que a gasolina está em falta.
Animais morrendo e carne estragando
Os frigoríficos são alguns dos que estão tendo mais prejuízo por causa dessa situação e não somente os de Campinas, mas do país inteiro. É só andar pelas rodovias para visualizar caminhões-frigoríficos parados e, dentro deles, a carne já sendo perdida. Mesmo que esses veículos sejam resfriados, isso não é o bastante para tantos dias, sem contar que existem animais que, dentro das fazendas, podem ficar sem alimentação.
Alguns criadouros já fizeram o abate de alguns animais e estão com eles nas câmaras frias. Todavia, sem terem condições de entrega-los a quem os comprou, eles ficam nessas câmaras.
Outra situação bastante desagradável é que existem caminhões com animais vivos que estavam sendo mandados de um criadouro para outro, especialmente aves. Uma vez que estão paradas no calor e sem a devida alimentação, são muitas as que estão morrendo e isso impede que a sua carne, por exemplo, seja comercializada, além do próprio sofrimento dos animais.
Os funcionários de muitos abatedouros e até de outros negócios estão sendo mandados para as suas casas porque não existe trabalho com essa condição. Essa perspectiva deixa esses trabalhadores apreensivos: será que os prejuízos serão o bastante para que eles sejam demitidos? Será que vai acontecer o desconto nos seus salários?
Esperança é a atuação das Forças Armadas
O Presidente Michel Temer declarou ontem (25) que as rodovias federais vão ser liberadas por meio das Forças Armadas e essa é uma esperança para os produtores e outros empresários de Campinas. Dessa forma, existe a possibilidade de os danos serem recuperados sem que demissões tenham de ser feitas.