Emprego: Golpe prejudica 40 candidatos à falsa vaga

O momento de recessão econômica e aumento da taxa de desemprego tem levado muitos cidadãos a uma situação de desespero. E, nesse contexto, pessoas oportunistas podem tentar tirar vantagem de tal tragédia. É o que aconteceu em Recife, Pernambuco, com o caso de 40 candidatos a uma vaga que não existia.

Segundo informações do jornal Destak, uma estelionatária cobrava 30 reais daqueles que desejam concorrer à vaga em uma empresa de logística no Complexo Industrial e Portuário de Suape. Além do valor, a mulher identificada pela Polícia Civil pedia documentos aos candidatos para fazer o suposto registro no processo seletivo.

De acordo com o delegado Rômulo Aires, em entrevista ao Destak, a estelionatária passou a aliciar outra mulher para agir em parceria e captar mais candidatos. Essa segunda pessoa envolvida não sabia sobre o golpe, ou seja, também acabou na posição de vítima.

Destinado a pessoas de baixa renda, que ficam mais vulneráveis em período de desemprego, o golpe expõe não só a má fé de estelionatária mas a situação de precariedade do país.

Estratégia rebuscada

Foi em 2008 que a estelionatária  estagiou na empresa para a qual oferecia vagas falsas de auxiliar administrativo, em serviços gerais, entre outras. Dez anos depois, em 2018, resolveu aplicar o golpe. Mas os candidatos passaram a questionar a demora para obter retorno e prestaram queixa na delegacia.

A zona norte de Recife foi a área escolhida para captar os candidatos, sendo que a aplicadora do golpe chegou a reunir um grupo de pessoas para uma visita ao suposto escritório. Como era um fim de semana e o local estava vazio, deu uma desculpa ao grupo para barrar o acesso ao prédio.

Um detalhe importante – ao qual toda a pessoa em busca de trabalho deve ter atenção – é que a estelionatária não possuía qualquer material que identificasse a empresa: endereço, cartão, folheto explicativo, não havia nada em relação ao processo seletivo. Assim, no boca a boca, o golpe conseguiu prejudicar as 40 pessoas em busca de uma ocupação.

Antes de passar os dados pessoais, especialistas recomendam que o candidato cheque as informações disponíveis sobre a empresa. Também é preciso desconfiar quando se exige pagamento para a inscrição em um processo seletivo. No entanto, não é possível prever esse tipo de golpe.

Desemprego em alta

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),  maio seguiu com desemprego em alta, registrando 12,7%. Com o avanço da informalidade, a proporção de empregados sem carteira assinada aumentou 2,9% na comparação com o trimestre anterior.

O montante representa cerca de 307 mil pessoas, segundo informações da Agência Brasil. Sem direitos trabalhistas, na comparação ao mesmo período do ano passado, são mais 597 mil pessoas em situação de informalidade. Atualmente, o número de cidadãos sem ocupação nenhuma – formal ou informal – soma 13,1 milhões.

Além disso, boa parte dos brasileiros tem deixado de procurar emprego diante da frustração da falta de vagas, o que colabora para o aumento no número dos que se consideram “desocupados”.

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