Uma das empresas que mais foram mencionadas nas denúncias sobre a Petrobrás foi a construtora Queiroz Galvão. Exatamente por causa da quantidade de atos irregulares que a corporação cometeu é que o Tribunal de Contas da União (TCU) a proibiu de fazer qualquer tipo de contrato com o Governo durante 5 anos. Sendo assim, ela está proibida de se inscrever para licitações.
Essa proibição foi anunciada nesta quarta-feira (30) e a construtora garante que não vai aceitar essa proibição sem recorrer. De acordo com a Queiroz Galvão, ela tem dado todas as informações pertinentes para as investigações, sendo injusto que ela seja impedida de estar em licitações. Realmente, ainda cabe que ela recorra ao Tribunal de Contas da União.
Recorrente
Ainda que a construtora queira recorrer e possa fazê-lo, cabe dizer que o histórico da Queiroz Galvão no próprio TCU não é bom: é a segunda vez que o órgão público atesta que alguma ação da empresa não é idônea. No ano passado, houve investigações por carda da Usina Angra 3 e a companhia recebeu a mesma classificação.
Quais foram as denúncias atuais?
As últimas denúncias relacionadas à construtora são de 2016: de acordo com as investigações, a licitação que a empresa ganhou para a Refinaria Abreu e Lima teve variadas irregularidades. Neste ano, o Tribunal de Contas da União verificou que a construção da refinaria em questão estava bem mais cara do que o aprovado e, por isso, o Governo teria um gasto extra de quase R$ 2.000.000,00.
Na realidade, existia um cartel para que a Queiroz Galvão conseguisse a construção da refinaria pernambucana. De acordo com o que o TCU descobriu, o nome desse cartel era Clube e a empresa que tinha sido selecionada para ganhar encaminhava a sua proposta à Petrobrás; contudo, as demais participantes faziam as suas propostas em valores muito mais altos, o que ia exigir que a escolhida deles acabasse com a licitação.
A Lava Jato também já incluiu a construtora Queiroz Galvão dentre as suas denúncias, assim como outras empresas. Nessa investigação, a Polícia Federal de Curitiba descobriu que a prática do cartel não era a única ação ilegal, mas também havia lavagem de dinheiro e ainda a corrupção.
Não era somente nos desvios referentes à Petrobrás que essa empresa estava envolvida: na realidade, ela também realizava supostas doações eleitorais, o que era uma maneira de realizar a lavagem de dinheiro.
O histórico dessa refinaria, no geral, é muito confuso e uma confirmação de que as obras caminhavam ilegalmente é que a Abreu e Lima já estava, em 2016, com um atraso de 8 anos para que fosse entregue. Além disso, reportagens mostraram que o local tinha materiais largados e que era visível o abandono da construção. Até 2016, ela já estava chegando aos R$ 18.000.000.000,00.
O que ocorre agora com a Queiroz Galvão?
Neste momento, a construtora ainda poderia entrar em licitações, já que ela ainda tem a chance de recorrer.
Lamentável, a QG, assim como várias outras empresas citadas na LJ possuem um número enorme de pessoas trabalhando dignamente e produzindo para este país, essas empregam engenheiros, médicos, técnicos, estagiários, jovens aprendizes, pais, mães, pessoas de bem. É muito injusto que essas tenham que pagar por isso.
Quando se está do lado de fora fica fácil julgar, apontar para a cabeça, mas esquecemos do corpo.