Privatização dos Correios é adiada

De acordo com o Gilberto Kassab, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação, o processo de privatização que o governo Temer pretendia fazer foi adiado. O próprio ministro tinha declarado publicamente que o governo acreditava que a privatização seria a forma mais possível de recuperar os Correios, que está com severas dívidas. No caso de ele não ser privatizado por completo, já seria uma solução privatizá-lo de maneira parcial.

Essa afirmação de Kassab foi reforçada por Henrique Meirelles no mês de setembro: naquele período, ele era o ministro da Fazenda e confirmou que já existiam algumas propostas para que se começasse a privatização dos Correios. O andamento era tão certo que se planejava começar os recebimentos de ofertas iniciais.

Entretanto, a perspectiva de haver privatização não deixou os seus servidores felizes: inclusive, foi realizada uma greve de vários dias um pouco depois que Henrique Meirelles fez esse comunicado.

Correios recuperaram-se em partes

Depois de ter quatro anos seguidos apenas de prejuízo, ocorreu um lucro expressivo no ano passado: a estatal declarou que ele foi de R$ 667.000.000,00. Porém, essa arrecadação ainda está abaixo dos prejuízos que o órgão teve em 2015 e em 2016: eles quase chegam ao R$ 4.000.000.000,00 e era essa a situação quando o governo Temer comunicou que pretendia privatizar.

Para que fosse possível ter lucro depois de tantos anos de resultados negativos, foi preciso que a estatal realizasse muitas mudanças na sua forma de administração, inclusive aplicando o programa de demissão voluntária. Nesse programa, 250 agências foram encerradas e não foram somente os cargos menores que foram cortados: numerosos cargos de chefia também deixaram de existir.

Uma mudança polêmica que a estatal realizou foi nos seus planos de saúde: em vez de os seus servidores e dependentes terem a assistência médica garantida, eles começaram a cobrança de uma mensalidade, coisa que os servidores não aceitaram. Por causa disso, foi feita mais uma greve, mas que não teve resultado.

A reestruturação dos Correios na próxima gestão

As eleições de outubro são um dos motivos para que essa privatização seja estagnada: começar esse processo quando um novo presidente será escolhido em poucos meses é algo sem propósito. Contudo, Kassab diz que espera que o novo governante utilize todos os levantamentos sobre o órgão para que essa reestruturação seja feita.

Para o momento, antes de a presidência ser trocada, algumas agências ainda continuarão sendo encerradas e esse quadro, de acordo com Kassab, tem de ser considerado por quem for eleito.

 

Alteração nos planos de saúde foi termômetro de que estatal estava em perigo

Quando o governo decretou que os planos de saúde dos funcionários, inclusive do que estão aposentados, teriam mensalidades, houve uma greve que tinha a finalidade de pressionar as autoridades a reverter essa decisão. O caso foi para o Supremo Tribunal Federal, que concordou com a cobrança por parte dos Correios.

O que foi mudado foi o chamado sistema de coparticipação, que faz com que os procedimentos sejam pagos, normalmente, metade-metade. A exceção é quando o servidor tem uma remuneração mais baixa: nesse caso, ele paga uma porcentagem menor e os Correios assumem o maior custo. No entanto, essa divisão só serve quando se trata de exames e de consultas: se o servidor precisa de internação, precisa ser quitado pela estatal integralmente.

Essa decisão é de março deste ano, mas vai ter prazo de validade: a partir de julho de 2019, será necessário que o Governo a prorrogue ou, se quiser, que a suspensa.  Alguns meses antes do prazo, a direção do órgão e o seu sindicato tentarão criar um novo acordo.

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