Há mais de dois anos, cerca de três milhões de desempregados buscam serviço

Uma pesquisa realizada pelo IBGE recentemente, criou um alerta para o governo, onde mais de três milhões de pessoas estão procurando emprego nos últimos dois anos e ainda continuam desempregadas. O número divulgado nesta última quinta feira (17 de maio) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mostrou esta realidade.

O total de desempregados que estão na busca por emprego a mais de dois anos faz parte de 22% dos 13,7 milhões de desempregados no país atualmente. Deste total, a grande maioria, cerca de 45% está buscando emprego a mais de um mês e há menos de um ano.

Dois milhões de brasileiros estavam desempregados há menos de um mês. Já do número total, outros dois milhões buscam por uma oportunidade de trabalho a exatamente um ano. Se compararmos os números atuais com os de 2012, o número de pessoas que estão procurando emprego a mais de dois anos cresceu 72%.

Já quem está buscando emprego a menos de dois anos, em comparação com 2012, a quantidade de pessoas aumentou em 129%. É claro que a população apta para trabalhar também cresceu de lá para cá, mas os números estão bem alarmantes.

Outro fator tem influenciado na taxa de desemprego, a quantidade de desistentes. Após longos períodos procurando emprego, muitos desistem da busca, se tornando uma fatia considerada desalentada. Alguns destes optam por opções informais, que muitas das vezes não são incluídas nas estatísticas.

Números referentes ao primeiro trimestre de 2018

Até o momento o número de desempregados no país está dividido entre:

  • Desempregados
  • Desalentados
  • Pessoas que não contam com disponibilidade para trabalho
  • Subocupados.

O total de desempregados atualmente no Brasil segundo o IBGE é de 13,7 milhões. Estes são aqueles que estão em busca de emprego nos últimos 30 dias.

A quantidade de desalentados, pessoas que desistiram de procurar emprego no primeiro trimestre somam o número de 4,6 milhões.

Aqueles que não possuem disponibilidade para trabalhar, como pais que deixam seus empregos para cuidar de afazeres em casa e de filhos, somam a quantia de 3,2 milhões segundo o IBGE.

Já a quantidade daqueles considerados subocupados, ou seja, que trabalham menos de 40 horas semanais e que desejam trabalhar em uma carga horária maior, somam 6,2 milhões.

População de trabalhadores considerada desalentos, bate recorde desde 2012

É considerado desalentado segundo o IBGE, todas aquelas pessoas que acabaram desistindo de procurar emprego, mas que ainda fazem parte dos números da população desempregada do Brasil.

Desde 2012 quando começaram as crises econômicas no Brasil, a quantidade de pessoas consideradas desalentadas chegou a triplicar. Em meados de 2014 a quantidade de trabalhadores nestas condições pairava o número de 1,5 milhão. Em 2018 este número subiu para nada menos do que 4,5 milhões, já no balanço do primeiro trimestre.

O pesquisador do IBGE Cimar Azeredo informou que a quantidade de pessoas consideradas desalentadas foi o que contribuiu para que o número de desempregados que estão buscando emprego caísse de 13,7% para 13,1%, ele cita que este foi um escape para o número total da taxa de desemprego no Brasil. Mas mesmo com esta nova categoria de pessoas, os números chamam a atenção.

A grande maioria dos desalentados do Brasil se encontram na região nordeste, onde 60,6% da quantidade total faz parte dos estados desta região. O estado com a maior quantidade de desalentos está concentrada na Bahia, somando 805 mil pessoas.

Principais condições dos desalentos

Após a pesquisa do IBGE ter sido finalizada, a análise do perfil da população desalenta, informa que esta condição atinge principalmente os jovens, mulheres, pessoas com baixo nível de escolaridade e também parte da população considerada parda ou preta.

Cerca de 38,5% dos desalentados não contam com ensino fundamental completo, 48,4% possuem idade entre 14 e 29 anos, 54,2% são mulheres e 73,1% se enquadram na categoria da população considerada parda ou preta.

 

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