44 pessoas seguem desaparecidas em tragédia de São Paulo

O trabalho dos bombeiros de São Paulo na grande tragédia que ocorreu no último dia 01 de maio, já passa das 30 horas. Segundo informações cerca de 44 pessoas ainda se encontram desaparecidas. Não se sabe ao certo se elas estão sob os escombros ou se não estavam no local durante o acidente.

A tragédia do desabamento do edifício no Largo do Paissandu, localizado no centro de São Paulo, marcou o feriado do Dia do Trabalho. Mais de 140 famílias viviam irregularmente no prédio, onde o grande acúmulo de sujeira (colchões, papelão, plásticos, etc), as condições precárias de moradia, fiações velhas, algumas rachaduras nos últimos dos 24 andares do prédio e um incêndio que começou na madrugada do dia primeiro no quinto andar, foram os fatores cruciais para o desabamento.

Uma cena foi marcante durante este desabamento. Um cinegrafista que fazia a cobertura do incêndio na madrugada, gravava o resgate de um dos moradores, onde o bombeiro estava em um prédio vizinho e ele era içado por uma corda. Poucos segundos antes do resgate, o prédio veio a desabar juntamente com o morador e tudo foi registrado pelas câmeras.

Segundo informações, um dos 44 desaparecidos é este homem. O bombeiro informou que mais 30 segundos seriam suficientes para efetuar o salvamento. O sargento dos bombeiros Diego, relatou que as últimas palavras trocadas com o homem eram:

‘Me tira daqui por favor’… ‘Calma, confia em mim’…

O edifício do Largo era ocupado por mais de 370 pessoas, das quais 320 foram cadastradas pela prefeitura como desabrigadas após o desabamento. Destas 320, apenas 40 foram atrás do atendimento na assistência social até o momento.

Ministério Público reabre investigação

A tempos atrás o Ministério Público já havia feito uma investigação sobre as condições de estrutura do edifício, investigação na qual foi reaberta imediatamente após o desabamento. Em março deste ano, a promotoria de Habitação e Urbanismo solicitou ao MP o arquivamento do inquérito, visto que a Defesa Civil havia informado que o edifício não contava com risco estrutural.

No documento da Defesa Civil foram informados que não haviam anomalias no prédio que pudessem causar qualquer risco. Mas no relatório estava informado que a instalação elétrica do local estava fora das normas aplicáveis e também o sistema de combate a incêndio era praticamente nulo com relação a quantidade de famílias no local.

Por decorrência do desabamento, a Defesa Civil irá vistorias mais de 70 imóveis ocupados de forma irregular na capital, para definir se há ou não riscos para os moradores.

As buscas continuam sem parar no Edifício Wilton Paes de Almeida

Como relatado, as buscas por sobreviventes já passam das 30 horas. O trabalho dos bombeiros irá se concentrar no resfriamento do local para que sejam evitados outros focos de incêndio, a busca por desaparecidos e também a liberação das vias consideradas seguras na região.

Neste momento uma retroescavadeira está retirando os escombros do local, com as instruções dos bombeiros. A equipe de resgate está usando câmeras com sensor térmico em drones, dos quais é possível localizar sobreviventes através da temperatura corporal. Além disso, as buscas também seguem por terra pela equipe.

O desligamento da energia em volta do prédio também é um dos focos dos bombeiros. Isso porque a rede elétrica na área é subterrânea o que dificulta um pouco os trabalhos em meio a tantos escombros. Segundo informações a Eletropaulo efetuou o desligamento da energia na região, mas há suspeitas de que os escombros estejam totalmente energizados, o que trás perigo para a equipe de resgate.

Até que a estrutura do prédio possa ser movimentada pela equipe dos bombeiros, estima-se o prazo de 48 horas. Será preciso certificar realmente que não há sobreviventes, para só então dar início aos trabalhos de remoção. É previsto que o trabalho dure ao menos sete dias na região.

Deixe um comentário