YouTube lança nova plataforma de música – Polêmica com Cauê Moura

Para ficar a par com suas empresas concorrentes, o Google informou na quinta-feira (17) que vai lançar uma nova modalidade de sua plataforma de vídeos, especializada em streaming de música: o YouTube Music.

O YouTube Music será disponibilizado, na terça-feira (22), em quatro países (EUA,  Austrália, Nova Zelândia e México), e depois em vários países europeus, no Canadá e na Rússia, sem previsão para sair no Brasil. Terá o mesmo formato que a concorrência: com versão gratuita e Premium, por R$ 10, sem propagandas.

Nos últimos anos, a plataforma de streaming de música tem dado um novo alento para a indústria fonográfica, que cresceu nos últimos três anos após amargar quinze anos de prejuízos. Segundo a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), em 2017, os usuários aumentaram em 41,4% e chegaram à 176 milhões de pagantes. Hoje, o formato streaming é a principal fonte de renda desse mercado, que, apesar da recente recuperação, equivale atualmente (dado de 2017) em receita a 68,4% do que foi em 1999, quando de seu auge histórico. Essa queda tão drástica pode ser explicada pelo aparecimento da internet e pela consequente disponibilização online de músicas pirateadas para download.

O episódio do conflito do YouTube com Cauê Moura foi relatado pelo YouTuber no vídeo “que fita, youtube…”, um desabafo de 20 minutos publicado em seu canal. Cauê relata que o YouTube não tem colocado seus vídeos na lista “Em alta”, que é a vitrine dos principais vídeos do YouTube num dado período, como costumava fazer. Isto resultou numa perda enorme no número de inscritos no canal, que, quando o YouTube divulgava seus vídeos na página principal, tinha um crescimento médio de 30 mil inscritos por mês. A política do YouTube virou o jogo, causando uma queda de mais de 90% no crescimento do número de inscritos no canal, chegando no fim do mês até em números negativos. E por que o YouTube deixou de divulgar os vídeos do Cauê?

Ocorre que, pela mesma época, o YouTuber passou a utilizar um site chamado Twitch para fazer transmissões ao vivo de gameplays, podendo interagir com seus seguidores em tempo real. Em todos os vídeos que Cauê lançava no YouTube, o link do canal no Twitch era colocado na descrição. E eram exatamente esses vídeos que o YouTube não divulgava, por conter link para o site da concorrência. Cauê comprovou isso ao tirar o link do Twitch de alguns vídeos e vê-los imediatamente na vitrine do site.

Isso mostra bem o comportamento do Google em mercado. Alguns poderão defender que o YouTube inevitavelmente deve cuidar dos seus interesses, mas a crítica de Cauê é no sentido da falta de transparência do site, pois ele teve que descobrir sozinho o motivo de seus vídeos não estarem sendo divulgados.

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