Acidente vascular cerebral (AVC) pode acontecer com mais frequência no inverno

Devido à chegada do inverno no Brasil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, as baixas temperaturas podem ser a causa de mortes por AVC, entre as pessoas com mais de 65 anos.

Uma pesquisa feita por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), com apoio da Universidade Católica de Santos, demonstrou a relação entre a mortalidade da doença e os estudos meteorológicos. Entre os casos de AVC, notou-se uma ocorrência maior entre mulheres idosas.

No Brasil, 10% das mortes por doenças crônicas em homens e mulheres são doenças cardiovasculares, incluindo o AVC, diabetes e câncer. Eles observaram que em países onde o frio é intenso como nos Estados Unidos, doenças cardiovasculares são mais comuns.

Como não havia uma pesquisa no Brasil a respeito dessa co-relação de baixa temperatura e doenças cardiovasculares, os líderes das Universidades de São Paulo iniciaram o estudo.

Resultado da pesquisa

Entre 2002 a 2011, houveram 55.633 casos de mortalidade por AVC na cidade de São Paulo. As características do ar, umidade, temperatura foram coletadas pela Estação Meteorológica do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas.

Foram averiguados que entre temperaturas mínimas baixas, a mortalidade por AVC era maior e mais ocorrente em uma faixa etária específica. Entre mulheres a taxa foi de 7,99 contra 7,25 de homens. Dos subtipos do AVC, foram 29.433 mortes, sendo 12.183 por AVC isquêmico e 17.250 por AVC hemorrágico.

 AVC hemorrágico e isquêmico

O AVC hemorrágico que é a forma mais grave, é conhecido como derrame, quando um vaso sanguíneo rompe no cérebro, causando hemorragia, e inchaço na região cerebral do sangramento, posteriormente degenerando os tecidos e nervos, podendo deixar sequelas leves ou irreversíveis.

No AVC isquêmico, sendo considerado mais comum em cerca de 80% dos casos, ocorre devido a uma obstrução de um vaso sanguíneo no cérebro, que interrompe o fluxo de sangue, causando morte dos tecidos da região.

Estima-se que as principais causas do AVC isquêmico sejam idade, tabagismo, hipertensão, obesidade, colesterol alto, histórico familiar de doenças cardíacas, diabetes e alcoolismo.

Quando as temperaturas caem, o estresse pela sensação térmica baixa, geram um estresse aumentando a pressão arterial, e a consistência do sangue e das plaquetas, podendo desencadear um AVC hemorrágico.

Nos idosos, especialmente em mulheres, a incidência ocorre devido a menor capacidade de manter a homeostase, que é a capacidade de regular o metabolismo fisiológico básico para a vida.

O sexo feminino é mais vulnerável, para os dois tipos de AVC, pela própria anatomia ser diferente dos homens, e por tolerância à temperaturas mais baixas serem menores. Inclusive na menopausa, onde o estrógeno é diminuído, tornando a mulher suscetível mais suscetível à doença.

Apesar do clima tropical no Brasil, a variação de temperaturas o ano todo,  torna o risco de AVC mais frequente. Idosos e mulheres devem dobrar os cuidados sempre, inclusive no inverno.

Médicos e especialistas recomendam a prática de atividades físicas, bem como de exames anuais para checagem da saúde em qualquer fase da vida.

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