Moradores da Grande São Paulo bebem água poluída com bactérias e metais pesados

Moradores dos municípios do ABC Paulista e grande parte de São Paulo capital, recebem água da represa Billings, onde foram encontradas grande concentração de bactérias nocivas e metais pesados.

Os metais encontrados na água foram o chumbo, ferro e o fósforo, bem como bactérias e microrganismos causadores de diarreia, desconfortos gastrointestinais, sendo todos nocivos para o corpo humano.

Os efeitos do chumbo, agem principalmente no sistema nervoso, prejudicando as funções de aprendizagem, comportamentais, causam anemia, pressão alta, problemas renais, aborto e infertilidade masculina.

Resultado preocupantes

O resultado do exame da condição da água para o consumo, foi realizado por meio de um diagnóstico ambiental do reservatório da Universidade Municipal de São Caetano.

A água que abastece a represa, vem do rio Pinheiros, da zona oeste da capital, que fez com que especialistas avaliassem a potabilidade da mesma para o consumo da população.

Amostras de água e lodo, foram colhidas ao longo do leito do rio, pelo ecoesportista Dan Robson Dias, indicando que a situação vai de mal a pior. Os doze pontos analisados entre as áreas de Diadema, São Bernardo e   São Paulo, são péssimas.

No fundo do rio, foram encontradas nas amostras, mais de dez grupos de bactérias altamente nocivas.

Ao todo, em 466 quilômetros do rio Pinheiros, foram coletadas cinquenta amostras do fundo, e água de 222 pontos ao longo da margem, já que o rio banha os municípios de São Paulo, Santo André, São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

A responsável pelo estudo, a bióloga e professora da USCS Marta Angela Marcondes, ressaltou que os resultados são extremamente preocupantes, já que remetem à uma política fraca e omissa no que tange ao tratamento de esgoto e uso correto dos recursos hídricos.

O artigo terceiro da Lei Estadual número 13.579/2009, determina expressamente, que a represa Billings não receba mais esgoto, nem seja desmatada a margem do rio, já que as plantações e áreas verdes. servem como depurativo natural.

Também no artigo 46, no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado de São Paulo, determina que:

A contar do dia cinco de outubro de 1989, os Poderes Públicos, Estaduais e Municipais foram obrigados a tomarem medidas eficazes para que a represa em questão, não mais receba água de dejetos e outras substâncias poluentes.

Esse prazo venceu no dia cinco de outubro de 1992 (o contrato era de três anos de validade), e no dia cinco de outubro de 2018, fará 29 anos que a Sabesp, a Empresa Metropolitana de Água e Energia S.A., Cetesb e os municípios, desobedecem a Constituição.

Advogados ambientais, como o especialista Virgílio Alcides de Farias, ressalta que a população paga uma taxa para o tratamento do esgoto na conta de água, e este não está sendo feito.

Ou seja, se os recursos estivessem sendo devidamente aplicados, a situação das represas em todo o país, seriam outras. Os rios estariam limpos, a fauna e a flora, preservadas.

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