Entraram de greve novamente, os professores, servidores das secretarias e cantinas das escolas estaduais, nessa segunda-feira dia 9, no Leste de Minas Gerais.
Reivindicações
Os educadores reivindicam a aprovação da PEC 49, um projeto que começou a tramitar nessa terça-feira na Assembleia Legislativa Mineira. Ele institui o piso salarial da classe, e o atraso de pagamento dos salários.
A diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), de Governador Valadares, Nilma Nunes, explicou que os servidores já haviam feito uma greve de 40 dias em março deste ano, para que acordos feitos com o governo fossem cumpridos.
Com a proposta de criação da PEC, a greve foi suspensa mas continuaram mobilizados. Em junho, os salários foram pagos parcelados em atraso e excluídos o dos aposentados, remunerando apenas os profissionais ativos, forçando-os a entrarem de greve novamente.
Ainda segundo Nilma, o governo anunciou a aprovação da PEC ainda essa semana, juntamente com o pagamento de salários de todos os funcionários, que até então não foi feita.
O número de profissionais da educação e servidores de greve ainda não foi apurado, nem o número de escolas públicas que tiveram as aulas suspensas. O sindicato da categoria estima que 60 a 80% dos profissionais aderiram à greve.
Na sede regional do sindicato em Ipatinga, no Vale do Aço, não foram divulgados o número de integrantes da greve, mas em junho deste ano, cerca de 70% das escolas da região aderiram parcial ou totalmente à greve.
Ações dos grevistas
O coordenador geral do Sind-UTE em Ipatinga, Jodson Sander, informou que estão fazendo levantamentos para verificar quantos profissionais e escolas aderiram ao movimento, mas a expectativa é que todos se mobilizem.
Jodson assegurou ainda, que serão feitas caravanas para Belo Horizonte, para pressionar a aprovação da PEC 49, e que apenas após a resolução deste processo, será feita uma assembleia para decidir sobre os rumos da greve.
Como a votação ainda pode demorar, a assembleia para decidir sobre o fim da greve ainda é incerta, e não deverá ser essa semana.
A Secretaria de Educação divulgou uma nota, nesta terça-feira dia 10, informando que foi notificada sobre a paralisação da categoria, e estão abertos ao diálogo e as negociações com os representantes, a fim de que os alunos não sejam prejudicados no ano letivo.
De 3.461 unidades escolares do Estado, 121 delas informaram terem aderido à greve.
O deputado Sargento Rodrigues questionou a pressa em aprovar a PEC 49, enquanto outra proposta apresentada por ele em julho de 2017, a PEC 46, que reclama o pagamento do quinquênio para todos os servidores públicos.
Segundo o relator da PEC 46, foi enviada a proposta com diligência para as Secretarias de Estado de Educação e de Fazenda e ainda não obteve retorno. O objetivo é não prejudicar os servidores públicos.
A PEC 49 teve a assinatura de 72 dos 77 deputados, garantindo o piso salarial para a categoria dos professores e demais educadores.