Surto de toxoplasmose preocupa autoridades do RS

O município de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, tem preocupado as autoridades da área de saúde: são 1.116 casos de toxoplasmose registrados, dos quais 460 confirmados e outros 166 que seguem em avaliação, de acordo com informe da Secretaria de Saúde do estado.

Um encontro realizado na última sexta-feira (29/05), com autoridades e representantes do Centro de Controle e Prevenção de Doenças norte-americano (CDC) no Brasil, teve como objetivo discutir o surto e avaliar possíveis causas.

Amostras de água da região foram enviadas para a Universidade Estadual de Londrina (UEL) para avaliar se há presença do protozoário Toxoplasma gonddi, responsável pelo quadro infeccioso. Por enquanto, não há resultados conclusivos, mas a recomendação aos moradores de Santa Maria é ferver a água antes do consumo.

A toxoplasmose é conhecida popularmente como “doença do gato”, justamente por ser transmitida por meio das fezes de felinos domésticos contaminados – que podem ficar no solo, na água, em latas de lixo, etc. Carne crua infectada e via transplacentária são as duas outras formas de transmissão.

A doença pode causar desde infecções leves, que passam despercebidas, até comprometimentos sistêmicos graves.

Como se prevenir

De acordo com informações do Ministério da Saúde (MS), a toxoplasmose pode ser transmitida de mãe para filho, por meio da placenta, pelo consumo de água ou alimentos contaminados, assim como por transplante de órgãos ou por transfusão de sangue cujo doador esteja infectado.

Nesse sentido,  recomendação é evitar consumir alimentos crus, especialmente as carnes. Evite também prová-las cruas durante o preparo. Outra dica é congelar esses alimentos por três dias seguidos a 15 graus negativo, o que eliminaria a possibilidade de transmissão.

Durante a manipulação, as gestantes devem usar luvas. Para os demais, a indicação é lavar bem as mãos após o preparo e também antes de comer. No caso de legumes e verduras que serão consumidos in natura, o MS indica que devem ser bem lavados para evitar contaminação.

Além disso, como a transmissão se dá por meio do contato com gatos domésticos, é preciso ter atenção redobrada no trato com os animais.

O pet deve ser bem alimentado para que não sinta necessidade de caçar, mas deve-se evitar oferecer carnes cruas, que podem estar contaminadas. O ideal é manter o gato em casa, mas se não for possível, uma alternativa é colocar um chocalho no pescoço – assim, as presas fugirão a tempo.

Em relação aos dejetos, a indicação é limpar a caixa dos animais a cada 3 dias, no máximo, e colocá-la ao sol sempre que possível. Como os cães também podem transmitir toxoplasmose pelo contato com fezes de gatos, recomenda-se não acariciar animais em situação de rua, e sim contatar os órgãos responsáveis para acolhê-los.

O controle de roedores e outras pragas é fundamental para evitar o contágio, o que também implica na limpeza adequada de lixeiras domésticas e outros desejos do ambiente.

Para aqueles que trabalham com atividades que envolvem manuseio da terra, orienta-se lavar as mãos após a atividade. As gestante, novamente, devem utilizar luvas. Por fim, mantenha caixas d’água bem fechadas para evitar contaminação e ferva a água não tratada antes de beber.

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