Senhor das Armas, Frederick Barbiere começa a colaborar com justiça dos EUA

O maior traficante de armas do Brasil, conhecido como “Senhor das Armas”, Frederick Barbieri, começou nesta semana a colaborar com a justiça americana, com a finalidade de obter alguma redução de sua pena que pode chegar a 25 anos de prisão nos EUA.

Barbieri se declarou culpado sobre seus crimes e acabou admitindo que era o responsável por enviar armas de grosso calibre para o Brasil. O brasileiro que depôs em audiência nesta última terça-feira (15 de maio) no estado da Flórida, está preso nos Estados Unidos desde o último mês de fevereiro.

Entre as confissões estão que o brasileiro realmente exportava armas de fogo, acessórios táticos e munições do sul da Flórida para o estado do Rio de Janeiro, tudo de forma ilegal.

Em nota o Ministério da Justiça cita as seguintes frases sobre o caso:

“Segundo o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o pedido de extradição de Frederik Barbieri já foi apresentado para o governo norte americano, mas houve um pedido de documentação complementar. Agora, estão aguardando o Poder Judiciário enviar a documentação complementar devidamente traduzida para o inglês.

Frederik Barbieri é investigado em procedimentos criminais instaurados no Brasil e nos EUA. Os pedidos de cooperação jurídica internacional entre os países para produção de provas encontram-se em andamento…”

O Senhor das Armas

Em uma apreensão que ocorreu em junho de 2017, a polícia acabou encontrando 60 fuzis em solo brasileiro, escondidos dentro de aquecedores de piscinas em contêineres provenientes de Miami. Os fuzis encontrados no Galeão foram enviados por Barbieri e esta não era a primeira vez que ele realizava esta proeza.

Desde maio de 2013, o Senhor das Armas acabou se juntando com outros criminosos em solo americano para obter armas de fogo com números de série adulterados e realizar o envio destas armas em um forte esquema através de transportadoras internacionais, das quais até então se dizem não saber qual era o conteúdo dos seus contêineres por questões contratuais.

Como o comércio de armas nos Estados Unidos é legal em alguns estados, o departamento citou em sua nota, que Barbieri não possuía nenhuma permissão para exportar qualquer qualidade de armamentos ou materiais táticos.

Segundo informações da polícia brasileira, Barbieri era procurado há 8 anos, desde 2010 quando a polícia da Bahia realizava uma investigação de uma carga de munição para fuzis no porto de Salvador. Na ocasião o grande erro do traficante era que o contêiner com a munição estava em seu nome.

Em 2012 para fugir de uma eventual prisão ele foi para Miami nos Estados Unidos, onde após alguns meses conseguiu obter cidadania americana. Mas em 2015 um mandado de prisão preventiva foi emitido pela Justiça brasileira, na qual considerou Barbieri como foragido. O MP decidiu também pedir a inclusão dele na lista de procurados da Interpol, onde na ocasião este pedido havia sido negado, pois o endereço de Barbieri era conhecido nos EUA.

Em abril de 2015 após um confronto em um ônibus de Niterói (RJ) que acabou levando a óbito um PM, a Polícia Civil deu início a uma investigação sobre a procedência do fuzil 762 apreendido na ocasião. O mesmo fuzil foi identificado em diversas comunidades do Rio de Janeiro, onde era usado para o roubo de cargas e para o tráfico de drogas. Em depoimento, foi informado que Barbieri seria o fornecedor destas armas.

Em 2017 no Aeroporto do Galeão (GIG), na área de cargas, a Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas apreendeu 60 fuzis AR-10, G3 e modelos Kalashnikov AK-47. Com esta apreensão a Polícia Federal emitiu um segundo mandado de prisão contra Frederick e outras nove pessoas no Rio das Ostras e São José do Rio Preto no estado do Rio de Janeiro. Entre os presos estavam o filho do traficante, uma mulher e o contador da quadrilha.

E por último no início deste ano de 2018, o Serviço de Imigração e Alfândegas dos Estados Unidos, barrou o envio e apreendeu 40 fuzis que seriam enviados para o Brasil.

Prisão do traficante Frederick Barbieri

No próximo dia 19 de julho será realizada uma audiência no estado da Flórida para definir a sentença do “Senhor das Armas”. A pena pode chegar em até 25 anos de prisão, porém com a confissão do traficante e dependendo das informações de colaboração com a justiça americana a pena pode ser um pouco reduzida.

Segundo informações do ministério brasileiro, os pedidos de cooperação jurídica internacional entre o Brasil e os EUA para a produção de provas, estão em andamento, pois os crimes foram cometidos em ambos os países desde 2019.

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