OMS publica lista de diagnósticos essenciais nos serviços de saúde

A Organização Mundial da Saúde publicou nesta terça-feira (15), pela primeira vez, uma lista com 113 diagnósticos que todas as pessoas deveriam ter acesso. O objetivo dos testes é viabilizar tratamentos precoces, melhorar o direcionamento de investimentos e aumentar as chances de cura, melhorando, assim, a vida da população.

De acordo com a entidade, 46% dos adultos com diabetes tipo 2 ainda não tiveram o transtorno identificado e a condição pode levar à cegueira e à amputação se não tratada, além de outras consequências para o organismo. “Um diagnóstico preciso é o primeiro passo para obter um tratamento eficaz. Ninguém deveria sofrer ou morrer por falta de serviços de diagnóstico ou porque os testes certos não estavam disponíveis”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

A importância da iniciativa vai desde o tratamento, a um uso mais eficiente dos recursos. A ausência de testes de rotina para HIV e tuberculose, por exemplo, podem deixar as doenças mais difíceis de tratar e aumentar as chances de disseminação. Tratamentos contra o vírus da imunodeficiência humana (HIV) têm o poder de deixar a carga viral tão baixa que soropositivos para o vírus perdem o potencial de infectar outras pessoas, por exemplo.

Os 113 testes são divididos em dois grupos: 58 para diagnóstico de condições comuns, como análise de sangue e urina, e os outros 55 para doenças prioritárias de monitoramento e controle, como malária, hepatites B e C, HIV, HPV e sífilis. Veja alguns:

  1. Contagem de glóbulos brancos – para detecção de infecções;
  2. Hemoglobina – para detecção de anemia;
  3. Albumina – para detectar má nutrição, doenças do fígado e do rim;
  4. Glicose – para diagnosticar diabetes e hipoglicemia;
  5. Hemoglobina glicada – para monitorar diabetes;
  6. Diagnósticos para Hepatite B;
  7. Diagnósticos para Hepatite C;
  8. Testes para HIV;
  9. Testes para malária;
  10. Testes para tuberculose (a depender das condições laboratoriais, pode incluir mapeamento para bactérias resistentes);
  11. Testes para sífilis;
  12. Testes de eletrólitos (monitoramento de danos a órgãos);
  13. Proteína C-Reativa (para detectar inflamações; também é um indicador de doença cardiovascular);
  14. Perfil de lipídios (colesterol, triglicérides);
  15. Bilirrubina – Monitora doenças de fígado, pâncreas e pode indicar anemia;

Muitos dos testes – que são recomendações, não tendo o poder de serem obrigatórios – são adequados para cuidados de saúde primários, como Unidades Básicas de Saúde; já outros, necessitam de hospitais com laboratórios. A OMS indica ainda que a lista é básica e será atualizada, a partir de agora, periodicamente. O principal intuito, entretanto, é ajudar países em desenvolvimento a decidir para onde vai o investimento.

Mariângela Simão, diretora-geral adjunta da OMS para medicamentos e vacinas, ressaltou, em nota: “Nosso objetivo é fornecer uma ferramenta para testar e tratar melhor, mas também indicar o uso de recursos de forma mais eficiente”.

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