Embaixada dos EUA em Jerusalém é inaugurada e dia é marcado por confronto

Na manhã desta segunda feira, dia 14 de maio, os Estados Unidos fizeram a inauguração de sua embaixada em Jerusalém, no Estado de Israel. Hoje é inclusive o dia em que o reconhecimento do estado completa 70 anos, e por conta destes acontecimentos, o dia foi marcado por diversos confrontos na fronteira com a Faixa de Gaza.

Desde o último dia 30 de março, a fronteira de Jerusalém está repleta de palestinos protestando, com relação ao direito dos mesmos poderem voltar para os locais de suas residências, isso porque após a criação do Estado de Israel em 1948, diversas famílias foram removidas da região.

Além disso, a mesma população ainda protesta contra a inauguração da representação diplomática dos Estados Unidos em Jerusalém, que por conta da decisão de Trump, vai inclusive contra as decisões da União Europeia.

O protesto vem sendo chamado de Grande Marcha do Retorno e segue firme a mais de 30 dias.

Um breve resumo sobre o confronto

  • Até o momento 41 palestinos morreram
  • Mais de 500 feridos no confronto
  • O exército de Israel efetuou um bombardeio na Faixa de Gaza, atingindo 5 alvos do Hamas
  • Mais de mil pessoas estão protestando na fronteira neste momento
  • As mudanças e reconhecimento do estado de Israel e a representação diplomática dos EUA em Jerusalém, são os principais motivos do confronto.

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O ambiente onde está sendo realizada a cerimônia de inauguração da embaixada também está sobre protestos. Do lado de fora do prédio onde irá funcionar a embaixada americana, diversos manifestantes gritam mensagens contra o governo de Jerusalém e dos Estados Unidos. Até o momento uma pessoa foi presa no local.

O presidente Donald Trump enviou uma mensagem, onde citou que era necessário admitir o óbvio, onde a capital de Israel é Jerusalém. Na mensagem o presidente também citou que os Estados Unidos está firme no comprometimento com a paz no Estado de Israel.

“Os EUA continuam comprometidos em facilitar um acordo de paz duradouro. Os EUA sempre serão um grande amigo de Israel e um parceiro na causa da liberdade e da paz…”
a informação da mensagem era esta.

A inauguração da Embaixada dos EUA em Israel

Além de Ivanka Trump, filha do presidente americano, também estava presente na inauguração Jared Kushner o esposo de Ivanka e os conselheiros de Trump, além de Steven Mnuchin, secretário do Tesouro Americano. O presidente de Israel, Reuven Rivlin e o prefeito de Jerusalém, Nir Barkat, também estavam presentes na inauguração.

  • Localização da Embaixada

A embaixada estará alocada no bairro de Arnona, em um prédio que foi edificado em 2010. Este bairro fica na conhecida Jerusalém Ocidental e o terreno onde está o prédio, fica na área onde aconteceu a Guerra dos Seis Dias em 1967.

A embaixada será localizada na seção de vistos do consulado geral dos EUA em Jerusalém. A equipe do embaixador responsável pelo setor, David Friedman e ele mesmo estará alocado em um espaço que recebeu diversas adaptações. No próximo ano o governo americano, juntamente com o de Israel, pretende ampliar o espaço da embaixada com a construção de um novo anexo.

Mas nos próximos dez anos, os governos pretendem construir uma sede própria, para que todas as representações diplomáticas sejam efetuadas nela.

Situação dos confrontos em Gaza

Os confrontos nesta segunda feira já somam 41 mortes. Mas até o momento, milhares de palestinos estão espalhados pela fronteira, que está totalmente vigiada pelos soldados israelenses. Os grupos tentam avançar contra as barreiras, onde ao enfrentarem os soldados com pedras, os mesmos acabam respondendo com tiros, intensificando os confrontos.

Ao que se sabe, até o momento mais de 1600 palestinos já ficaram feridos na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza. E destes feridos, mais de 700 foram alvejados com tiros dos soldados israelenses, durante o confronto desta segunda feira. O ataque aconteceu poucas horas antes da inauguração da embaixada dos EUA em Jerusalém.

Do lado palestino, a autoridade maior citou que Israel é o responsável por cometer um “massacre horrível” e “desnecessário” na fronteira. Yusuf al-Mahmud, o porta voz da Palestina efetuou um comunicado, onde cita uma intervenção internacional para conter o massacre na fronteira com a Faixa de Gaza, pelas forças israelenses de ocupação.

Uma decisão bem polêmica por Trump

Donald Trump reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, citando que este reconhecimento é óbvio. Além dos Estados Unidos reconhecerem a região como capital, a transferência das representações diplomáticas de Tel Aviv para Jerusalém foi entendida como uma situação muito polêmica, inclusive criticada por diversos outros países árabes e também por toda a União Europeia.

O reconhecimento coloca um fim no consenso internacional de não reconhecer Jerusalém como capital da Palestina/Israel, até que um acordo de paz entre os dois países seja completamente firmado e finalizado.

 

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