O sonho da casa própria está mais barato. Segundo o índice FipZap, a média de descontos concedidos em transações imobiliárias em 2015 foi de 8,8% – o maior percentual desde 2013, quando a medição foi iniciada. Mas o preço em queda não é garantia de negócio, especialmente para quem enfrenta restrições de crédito. Afinal, tem como financiar uma casa estando com o nome sujo?
Sonho pode esbarrar na análise de crédito
Em um cenário de crise, com o desemprego também batendo recordes (perda de 1,54 milhão de vagas formais em 2015, o pior índice em 24 anos), a inadimplência torna-se um problema para mais brasileiros. Apesar de negativados, muitos deles mantém o objetivo de ter um imóvel próprio.
O problema é que qualquer tipo de restrição no nome gera problemas para obter crédito imobiliário, ao menos em bancos tradicionais, como a Caixa. Mas isso não é restrito apenas ao comprador. As situações do vendedor e do próprio imóvel também são minuciosamente verificadas.
Outro ponto importante é que a averiguação é bastante ampla, ao menos no que se refere ao Sistema de Financiamento Habitacional (SFH), não se limitando apenas à consulta aos órgãos de proteção ao crédito. O banco também verifica se há registro de emissão de cheques sem fundos junto ao Banco Central.
Além disso, são avaliadas eventuais pendências junto à Receita Federal e INSS e, no caso do vendedor, há uma checagem para ver se há reclamações na Justiça do Trabalho. O imóvel também precisa ter a documentação em dia, e não pode estra penhorado para o pagamento de dívidas.
Em caso de irregularidades de qualquer uma das partes, o banco informa as restrições e o processo é trancado até que os problemas sejam resolvidos.
Leia: Cartão da Caixa sem consulta ao SPC e Serasa é lançado
Como financiar uma casa com nome sujo
Com essas informações, se você está negativado, já deve ter desanimado, achando que não tem como financiar uma casa estando com o nome sujo. O ideal, segundo preceitos básicos da educação financeira, é primeiro sair do vermelho e quitar todas as dívidas para só então pensar em novo débito, ainda mais tão significativo como a compra de um imóvel.
No entanto, mesmo quem figura em listas de inadimplentes pode se beneficiar: quando se trata de negociação direta com o vendedor (ou seja, sem a interferência de bancos) ou na compra e venda parcelada, o proprietário é o encarregado de fazer a pesquisa de restrições, mas pode também suspendê-la. É o que informa Lúcio Delfino, diretor presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH).
Mas fique atento: as taxas de juros, contudo, são maiores, e o percentual máximo de financiamento é reduzido quando comparado ao SFH. “Já nos financiamentos bancários, inclusive no Minha Casa Minha Vida, a pesquisa é fundamental”, destaca Delfino.
O que é preciso para financiar uma casa
Ao se candidatar a um financiamento imobiliário, é preciso levar, primeiramente, documentos como RG, CPF e comprovantes de renda (contracheques ou extratos bancários). Também deve-se comprovar o estado civil e, quando casado, levar os documentos do cônjuge. A declaração completa de Imposto de Renda pode ser solicitada também.
No caso dos autônomos, a comprovação de renda pode ser feita por meio de Imposto de Renda, contrato de prestação de serviços, recibos de pagamento ou ainda o Decore (Declaração Comprobatória de Recepção de Rendimentos) que só pode ser emitido pelo contador.
Trabalhadores avulsos, como ambulantes, diaristas, doceiras, cabeleireiros, agricultores – e outros que eventualmente não tenham conta bancária – podem preencher uma ficha de acordo com a orientação do gerente. O banco deve informar quais os documentos necessários em cada caso.
Via de regra, o valor da parcela liberada pelos bancos não pode ser maior que 30% da renda bruta familiar. O total de recursos liberados, portanto, será de acordo com a capacidade de pagamento de cada candidato ou família.
Mas é preciso compreender que a liberação do dinheiro não depende apenas de comprovação de renda. Após verificado o montante a ser concedido no financiamento, o banco faz uma avaliação do imóvel escolhido com um engenheiro, para verificar as condições do bem e se a descrição condiz com o valor solicitado.
Viu como financiar uma casa com nome sujo pode não ser uma boa ideia? Compartilhe esse conteúdo!