Temer convoca reunião de emergência devido a protestos

Os protestos que tomaram conta do Brasil desde o último domingo seguem nesta terça-feira (22/05) e já mostram os reflexos no palácio do Planalto. Michel Temer convocou uma reunião de emergência na noite de ontem (21/05) com os Ministros de Minas e Energia, Casa Civil, Fazenda e Planejamento. Jorge Rachid, secretário da Receita Federal, também compareceu ao encontro.

Diante dos reajustes que provocaram as mobilizações pelo país, o governo considera reduzir os impostos dos combustíveis. De acordo com a Agência Brasil, em alguns casos, os tributos representam mais de 40% do valor final.

Hoje também acontece o segundo dia de reunião entre ministros da Fazenda e Minas e Energia com o presidente da Petrobras, Pedro Parente. A categoria dos caminhoneiros indica que a paralisação acontece por tempo indeterminado, pois com as tarifas propostas, o valor dos serviços prestados seria inviável.

A Petrobras informou ontem que a elevação dos preços será de 0,9% na gasolina e de 0,97% no diesel a partir desta terça.

Manifestações pelo país

Os caminhoneiros continuam mobilizados especialmente nas rodovias do estado do Rio de Janeiro. Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, não há obstrução nas estradas pois os manifestantes estão nos acostamentos das 12 rodovias.

Hoje, BR-393, BR-116, BR-101, BR-493 e BR-465 estão ocupadas com protestos. Na primeira delas, BR-393, as manifestações acontecem em Barra do Piraí (km 247 e 255), Volta Redonda (km 281) e Barra Mansa (km 295). Já na BR-116, a Presidente Dutra, as paralisações acontecem em Seropédica (km 204) e Barra Mansa (km 274 e 268), somando 3 pontos no total.

Na BR-101, os trechos de Campos (km 75), Itaboraí (km 294) e Itaguaí (km 392) foram ocupados pelos manifestantes. As últimas duas rodovias ocupadas, BR-493 e BR-465, têm manifestantes em Itaboraí (km 0) e Nova Iguaçu (km 17).

Questão problemática ao redor do mundo

Não é de hoje que a questão dos combustíveis se mostra problemática na relação Oriente versus Ocidente, tanto em termos de política internacional quanto nos malefícios de fontes de energia “sujas” para o meio ambiente.

No período em que George W. Bush esteve no poder, nos Estados Unidos, muito se dizia que as invasões ao Iraque e ao Oriente Médio em geral estavam associadas a essa questão. Hoje, com Donald Trump à frente do governo, a história não é muito diferente.

Nesse contexto, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, indica que o governo quer mais previsibilidade nos preços dos combustíveis. Atualmente, o valor dessa fonte no Brasil acompanha as oscilações no dólar e o preço do petróleo, o que serve de justificativa para os aumentos.

Apesar de ser uma questão econômica que envolve o mercado internacional, fica também a impressão de o governo não querer se comprometer com uma solução. Padilha, antes da reunião de emergência da última segunda, evitou falar sobre a possibilidade de redução de impostos – cujo valor, como destacado anteriormente, pode chegar a 40% do preço final.

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