Nova denúncia da PGR contra Lula, Gleisi, Paulo Bernardo e Marcelo Odebrecht

Nesta última segunda feira, dia 30 de abril, a Procuradoria Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal uma nova denúncia de corrupção passiva, ativa e também lavagem de dinheiro contra a senadora e presidente nacional do PT Gleisi Hoffmann (PR), o ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aos ex ministros Antônio Palocci, Paulo Bernardo, o ex chefe de gabinete da Casa Civil da Presidência Leones Dall’agnol e também ao empresário Marcelo Odebrecht.

Segundo a Procuradora Geral Raquel Dogde, a empresa de Marcelo Odebrecht, deixou a disposição do PT em troca de ações que favorecessem os projetos da empresa, mais de 64 milhões de reais. Verba da qual o Partido dos Trabalhadores nega ter recebido ou desfrutado de qualquer valor.

A denúncia da PGR seguiu para o Ministro Edson Fachin, atual relator da Operação Lava Jato no STF. Caso a denúncia seja aceita pelo relator, os envolvidos irão responder o processo na condição de réu.

O que diz o PT?

O Partido dos Trabalhadores informou em uma nota que as acusações feitas a Gleisi Hoffmann são falsas e incongruentes e que para que a denúncia seja feita de forma lícita, é preciso que hajam provas. Já os advogados de Antonio Palocci e de Luiz Inácio Lula da Silva, disseram que primeiramente irão analisar as denúncias, antes de mencionar qualquer coisa sobre o caso. Os advogados dos outros envolvidos até o momento apenas citaram que os mesmos estão à disposição da Justiça.

O que diz a nova denúncia?

A Procuradoria Geral da República cita nesta nova denúncia que no ano de 2010 a construtora de Marcelo Odebrecht prometeu ao então presidente Luiz Inácio e também ao Partido dos Trabalhadores, 64 milhões de reais, desde que o governo tomasse decisões em licitações das quais favorecessem a empresa. O que levou a desconfiar do caso, foi o aumento de um empréstimo pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, para o país da Angola, no valor de um bilhão de reais. A empresa foi contratada pelo país, onde captou parte destes um bilhão de reais, realizando um repasse para o PT. A autorização foi inclusive assinada pelo então ministro Paulo Bernardo.

No caso da denúncia contra a Gleisi Hoffmann, a Procuradoria Geral citou que em 2014, em uma campanha para a disputa do Governo do Paraná, a senadora aceitou uma doação não declarada, conhecida como caixa dois, da empresa Odebrecht no valor de cinco milhões de reais. Parte do valor, três milhões de reais, havia sido depositado naquele mesmo ano segundo a denúncia. A senadora na ocasião foi acusada de lavagem de dinheiro, pois declarou para a Justiça Eleitoral um valor de R$ 1,8 milhão, considerada uma despesa inexistente.

Todas as denúncias segundo Raquel Dodge, são baseadas nos depoimentos obtidos através dos delatores, quebra de sigilo telefônico, diligências policiais e através de documentos e materiais apreendidos por ordem judicial. Entre estes documentos estão diversas mensagens e planilhas, obtidas através dos escritórios.

Mas segundo Dodge, ainda existem outras comprovações de fraude com relação as informações prestadas à Justiça Eleitoral e diversas outras confissões. Resta dar continuidade no caso para que novas provas possam ser avaliadas.

O que está sendo pedido na nova denúncia da Procuradoria Geral da República?

Nesta nova denúncia da procuradoria geral, as seguintes ações estão sendo exigidas:

  • Condenação por corrupção ativa, de Marcelo Odebrecht
  • Condenação por lavagem de dinheiro, de Gleisi Hoffmann
  • Condenação por corrupção passiva, dos ex ministros, chefe de gabinete e também do ex presidente Lula
  • Reparação de danos materiais e morais coletivos por Lula, Palocci e Bernardo, num total de 50 milhões de reais.
  • Ressarcimento por dano ao erário por Paulo Bernardo, chefe de gabinete e também a presidente do PT Gleisi Hoffmann, num total de 3 milhões de reais.

No caso essas denúncias irão se juntar a outras já em andamento contra os envolvidos.

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