Joaquim Barbosa desiste de concorrer à Presidência

Um dos nomes mais esperados para a próxima eleição anunciou que não irá concorrer. Por meio das redes sociais, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, fez o anúncio de sua desistência nesta terça-feira (08/05). Apesar de nunca ter concorrido ao cargo, virou um nome de destaque por sua atuação durante o julgamento Mensalão, em 2012. Uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada em meados de abril apontava que Barbosa tinha entre 9 e 10% das intenções de voto.

O ex-ministro se filiou ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) no começo de abril. Sua desistência, segundo membros do partido, viria de convicções pessoais e não por falta de apoio político. Em 2014, o PSB perdeu seu então candidato Eduardo Campos em um acidente de avião, e via em Barbosa uma nova chance de ascender ao poder.

O primeiro turno das eleições está marcado para dia 7 de outubro, mesma data em que o ex-ministro completa 64 anos. Até agora, ele aparecia como um candidato que poderia mexer com o cenário das eleições, já um tanto conturbado após a prisão do ex-presidente Lula, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto.

Biografia marcante

Nascido em Paracatu, MG, Barbosa foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal em junho de 2003 e se aposentou da função em julho de 2014, conforme consta em sua biografia no portal do STF. Nomeado por Lula para o cargo, comandou o julgamento do Mensalão contra o próprio PT, partido do ex-presidente. Na época, as discussões com o então revisor de processos Ricardo Lewandowski renderam uma imagem de intransigente.

Quando deixou sua cidade natal, ainda jovem, Barbosa chegou a trabalhar como faxineiro em um tribunal de Brasília. Anos mais tarde, se tornou aluno de Direito da UnB, onde ajudou a criar um núcleo de suporte jurídico para pessoas mais pobres.

Com intensa vida acadêmica, obteve os títulos de Doutor e Mestre em Direito Público pela Universidade de Paris-II e também de Mestre em Direito e Estado pela Universidade de Brasília. Além disso, é professor licenciado da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e publicou diversas obras sobre política, transformação social, entre outros temas.

Até hoje, o Brasil só teve um presidente negro, e isso já faz mais de um século: foi Nilo Peçanha, que esteve à frente do país entre 1909 e 1910.

Eleições 2018

A última pesquisa do Instituto Datafolha indicou que, mesmo preso, Lula mantém a liderança em todas as pesquisas. Com a sua ausência na corrida eleitoral, nos possíveis cenários levantados pelo Instituto, Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede) aparecem empatados na sequência, com 17% e 15% respectivamente. Nomes como Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) têm menos de 10% das intenções de voto.

E atenção aos eleitores: amanhã (09/05) é o último dia para a regularização do título eleitoral, o que inclui atualização, transferência ou emissão do documento.

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