Professores de Belo Horizonte aderem à greve devido a salários atrasados

Os professores da rede estadual de Belo Horizonte aderiram à greve, fazendo um protesto em frente ao Palácio da Liberdade, na região centro-sul da capital. Segundo a Polícia Militar, cerca de 500 professores compareceram na manifestação.

Eles protestam pelo fim do parcelamento dos salários e o pagamento total dos mesmos, caso contrário não voltarão ao trabalho.

Governo de Minas tenta viabilizar empréstimo

Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais, encaminhou nesta terça-feira (19), uma petição ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), a favor de uma operação de crédito para quitar as despesas estaduais e a folha de pagamento referente aos profissionais da área de educação, no valor de R$ 2 bilhões.

O Advogado-Geral do Estado (AGE) Onofre Batista, assegurou que será analisada a petição junto ao TCE, e que o empréstimo seria efetuado através da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig).

Mas o deputado estadual de Minas Gerais Gustavo Valadares, questionou a petição do Governador a respeito do empréstimo e do valor requerido, pois segundo ele, o Pimentel estaria apenas interessado em usar esse dinheiro para outros fins, e não para pagar os professores.

A decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, decidiu então não acatar a petição de Valadares, prosseguindo com os trâmites para avaliar as prerrogativas do empréstimo solicitado pelo governo de Minas.

O advogado-Geral do Estado concluiu ainda, que irá avaliar também a operação de venda da carteira de dívidas do ICMS por meio do programa Regularize, afirmando que o Estado pode fazer isso, e que o parcelamento da dívida irá trazer benefícios a fim de aliviar as contas do governo.

 

 

Dúvidas se salários dos servidores serão pagos

Em nota, o deputado disse respeitar a decisão da Justiça, mas espera que por meio deste empréstimo, sejam quitados de forma integral os salários dos servidores públicos, e que a verba não seja usada para fins de cunho chantagista e fraudulento.

Ele questiona ainda que, em ano eleitoral, o governador conseguisse verba para a construção de obras sem fiscalização alguma e sem que órgãos reguladores pudessem impedir, mas na hora de fazer o pagamento mensal dos professores, ele afirma não haver condições.

No sul de Minas, 143 escolas da rede estadual aderiram à greve. Desde 2016 os salários dos professores da rede pública têm sido pagos de forma parcelada. Segundo o governo de Minas, não há dinheiro em caixa para pagar o restante.

Esta é a segunda paralisação da categoria só este ano. A primeira foi em março e abril, com duração de 43 dias, onde os professores protestaram pelo salário de acordo com o piso nacional. As reivindicações agora, são pelos pagamentos dos salários integrais, segundo o governo assegurou.

O piso salarial para professores no início da carreira hoje, a uma carga horária de 40 horas semanais e formação de nível médio é de R$ 2.298,80. Os salários mais altos da categoria são os do Distrito Federal R$ 6.661,07 e de Roraima R$ 4.743,04.

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