Dólar cai e chega a patamar de R$ 3,70 após intervenção

O dólar registrou forte queda nesta segunda-feira (21) e voltou a rondar o patamar de R$ 3,70 depois de o Banco Central impulsionar ainda mais a intervenção no mercado de câmbio. O órgão avisou que poderia ampliar o movimento, diante do cenário externo de pressão no câmbio.

O dólar subiu, alcançando uma valorização de 5,44%, nos seis pregões anteriores. Com isso, atingiu o patmar de R$ 3,80. Às 10:28, o dólar caía 1,07%, a R$ 3,6997. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 1%.

Na noite de sexta-feira, após o fechamento dos mercados, o Banco Central reforçou, pela segunda semana consecutiva, a atuação no mercado de câmbio, triplicando a oferta de novos swaps cambiais e frisou que sua atuação no câmbio era separada da política monetária.

O órgão acrescentou que reservava o direito de realizar atuações discricionárias, caso fosse necessário.
Na semana passada, o Banco Central vendeu por dia apenas 5 mil novos swaps — equivalentes à venda futura de dólares. Nesta sessão, então, a autoridade monetária já vendeu a oferta total de até 15 mil novos swaps, totalizando 2 bilhões de dólares em novos contratos.

O Banco Central também informou que manteria o leilão diário até 4.225 mil swaps para rolagem do vencimento de junho, no total de 5,650 bilhões de dólares. Se mantiver e vender esse volume até o final do mês, terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem.

Desde abril até o pregão passado, a moeda norte-americana já subiu quase R$ 0,45, ou pouco mais de 13% frente ao real, em meio à percepção de que os juros nos Estados Unidos podem subir mais intensamente do que o inicialmente previsto.

Taxas elevadas na maior economia do mundo têm potencial de atrair recursos aplicados hoje em outros mercados, como o brasileiro, considerados de maior risco.

No exterior, o dólar subia para a máxima de cinco meses contra uma cesta de moedas nesta sessão, depois que maior alívio de uma guerra comercial entre China e Estados Unidos levou investidores a reduzirem suas posições vendidas — quando apostam na queda da divisa — em relação ao dólar.

Intervenção mais cedo

Mais cedo, o Banco Central vai fez uma oferta adicional de swap cambial, que equivale à venda de dólares no mercado futuro, a partir desta segunda-feira (21). O anúncio ocorreu após o dólar fechar em alta pelo sexto pregão consecutivo.

Ao todo, seriam leiloados 15 mil contratos, conforme havia informado a autoridade monetária, em nota.

De acordo com o Banco Central, a data de início dos contratos será no primeiro dia útil após a realização do leilão. Segundo o órgão, os montantes das ofertas adicionais de swap poderão ser revistos e o banco se reserva o direito de realizar atuações discricionárias, caso seja necessário.

Além do leilão adicional de swap, o Banco Central vai continuar a rolagem integral dos contratos que vencem em 1º de junho. A medida já vinha sendo adotada ao longo dessa semana, em que o dólar acumulou alta de 3,85% frente ao real.

O BC informa, em nota, que sua atuação no mercado cambial é separada da política monetária, numa clara referência à decisão dessa semana do Conselho de Política Monetária de manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 6,5%.

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