Banco Central faz intervenção para conter alta do dólar

O Banco Central vai fazer uma oferta adicional de swap cambial, que equivale à venda de dólares no mercado futuro, a partir desta segunda-feira (21). O anúncio, realizado na última sexta-feira (18), ocorreu após o dólar fechar em alta pelo sexto pregão consecutivo.

Ao todo, serão leiloados 15 mil contratos, na manhã desta segunda-feira, informou a autoridade monetária, em nota.

De acordo com o Banco Central, a data de início dos contratos será no primeiro dia útil após a realização do leilão. Segundo o órgão, os montantes das ofertas adicionais de swap poderão ser revistos e o banco se reserva o direito de realizar atuações discricionárias, caso seja necessário.

Além do leilão adicional de swap, o Banco Central vai continuar a rolagem integral dos contratos que vencem em 1º de junho. A medida já vinha sendo adotada ao longo dessa semana, em que o dólar acumulou alta de 3,85% frente ao real.

O BC informa, em nota, que sua atuação no mercado cambial é separada da política monetária, numa clara referência à decisão dessa semana do Conselho de Política Monetária de manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 6,5%.

A medida foi interpretada por economistas como uma tentativa de evitar efeitos da inflação em decorrência da valorização do dólar, que pode encarecer produtos e serviços importados em moeda estrangeira.

Choques externos são delimitados

O Banco Central reitera que eventuais impactos de choques externos sobre a política monetária são delimitados por seus efeitos secundários sobre a inflação (ou seja, pela propagação a preços da economia não diretamente afetados pelo choque).

De acordo com o banco, os efeitos da alta do dólar tendem a ser mitigados pelo grau de ociosidade da economia e pelas expectativas e projeções de inflação ancoradas nas metas. Não há, portanto, relação mecânica entre o cenário externo e a política monetária.

O BC tem adotado tradicionalmente a prática do leilão de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro. Em 2013, uma única operação totalizou R$ 2,2 bilhões (US$ 994,5 milhões). Os 20 mil contratos ofertados foram negociados.

Os leilões de swap cambial são uma das ferramentas usadas pelo BC para neutralizar a instabilidade da moeda norte-americana. O governo também adotou outras medidas. Uma delas foi eliminar restrições de prazos para que os exportadores financiem pagamentos antecipados.

O BC também retirou o depósito compulsório sobre a posição vendida de câmbio. Com a medida, os bancos deixaram de recolher à autoridade monetária parte dos valores aplicados em apostas de que o dólar vai cair.

Além dessas medidas, o governo zerou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para os estrangeiros que aplicam em renda fixa no Brasil. Desde outubro de 2010, a alíquota em vigor era 6%. A venda de moeda estrangeira no mercado futuro também está isenta de IOF.

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